Uma pesquisa que a
Confederação Sindical Internacional (CSI) apresentará a ministros do Trabalho
amanhã, em Moscou, mostra que 80% dos entrevistados acham que os governos fracassaram
no combate ao desemprego. O Brasil, porém, tem menos descontentes entre os 13
países consultados, com 47% considerando que o governo tem criado empregos.
Também na contramão, 55% dos trabalhadores, profissionais liberais e estudantes
ouvidos no Brasil apoiam a redução de impostos para grandes empresas se isso
ajudar a criar empregos, mais do dobro dos 24% da média internacional.
Enquanto só 13% acreditam que seus governos estão focados no interesse dos
trabalhadores, no Brasil o percentual é de 18%, o maior entre os consultados.
Ao mesmo tempo, 92% dos brasileiros estão entre os mais favoráveis à melhor
renda de aposentadoria e acesso à saúde e à educação mais amplos.
Pela primeira vez, ministros das Finanças e do Trabalho vão estar juntos no
G-20. Na falta de decisões, querem mostrar que questões de demanda e do emprego
estão no centro das discussões.
Brasil, China, Austrália e Coreia do Sul chegam em posição confortável se
comparados à maioria dos países industrializados, que têm níveis recordes de
desemprego.
Globalmente, o número de desempregados se aproxima dos 200 milhões, sendo 75
milhões de jovens abaixo dos 25 anos. Centrais sindicais pedem um novo Plano
Marshall para a Europa em crise.
"O desemprego está envenenando nossas economia e sociedade. Centrar no
emprego e promover a demanda é a única solução", disse Sharan Burrow,
secretária-geral da CSI. Para Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, "as
cicatrizes sociais da crise estão longe de serem apagadas".
Segundo relatório que a OCDE divulgou ontem, o desemprego nos países ricos deve
continuar alto em 2014, sobretudo entre jovens e trabalhadores pouco
qualificados. A taxa de desemprego deve recuar muito pouco nos próximos 18
meses, de 8% para 7,8% no fim de 2014, o que representa 48 milhões de pessoas
sem trabalho.
O desemprego deve cair nos EUA de 7,6% neste ano para menos de 7% no fim de
2014. Na Alemanha, deve cair de 5,3% para menos de 5%. Mas, no resto da Europa,
pode subir e superar 11% na França, ficar em 12,5% na Itália, se aproximar de
28% na Espanha e Grécia.
Para a OCDE, isso eleva os riscos sociais. E mesmo a taxa de fertilidade na
Europa está sendo afetada. com a crise levando famílias a cortar planos de ter
filhos. Mesmo pequenas variações na taxa de fertilidade têm impacto de longo
prazo na sustentabilidade das despesas sociais e de saúde.
Fonte: Valor Econômico
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